domingo, 16 de agosto de 2009

Brake Down

Minha mão dolorida e vermelha. A marca das minhs unhas na minha palma. Dói segurar um copo.

Eu não digo certas peculiaridades, pois não quero parecer chata. Se você me pergunta 'posso pegar de banana' apesar de saber que eu prefiro de morango, eu digo com um sorriso no rosto 'pode!', e se você fala palavrão, apesar de saber que eu odeio palavrão, eu olho torto, mas não digo nada. Se você é maldoso comigo, eu não revido. Se você me incomoda, eu não me pronuncio. Eu fico calada, eu guado para mim mesma. Isso porque eu cresci com gente que não se importa com a minha opinião e me julga chata, mimada quando eu reclamo. Gente que me orientou com a frase 'se você não vai dizer uma coisa boa, não diga nada'.
Mas é preciso dizer as coisas ruins, por menores que sejam, ou por piores que sejam. Porque se não forem ditas, elas não vão à lugar nenhum, continuam na sua cabeça, e se acumulam como lixo. E como lixo fazem um mal muito maior que o esperado.
Foi por guardar todas as coisas pequenas pra mim e não dizer nada. Aguentar por duas horas uma coisa que me incomodava profundamente, que floresceu em mim raiva, ódio, descontrole. Me tranquei sozinha desabei. Chorei de raiva, chorei até os olhos ficarem vermelhos, até o rosto ficar quente, até desidratar. Chorei de raiva. Apertava meus punhos como se estivesse prestes à agredir alguém, apertei por tanto tento e com tanta força, que minhas mãos estão machucadas. A marca das minhas unhas nítida. Apertava os meus dentes, por causa da raiva, faço isso quando estou tensa. Apertei tanto que fiquei com uma tremenda enxaqueca.
Mas não foi o bastante. Chorei, praguejei, me descontrolei. Depois de algum tempo, se deram conta de que eu não estava mais lá, mas não sabiam onde estava, como estava. Menos ele. Ele já sabia antes.
O que tinha tudo pra ser um dia perfeito foi arruinado por uma única pessoa, pela gana de um ser que parece desejar tomar o meu lugar, ter o que é meu, assumir o controle das minhas coisas, roubar meus amigos. Meu irmão.

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